Saturday, August 12, 2006

A Educação Ambiental e sua Formação.

Educação Ambiental
A educação ambiental, enquanto processo participativo, é identificada como o instrumento de revisão dos conceitos sobre o mundo e a vida em sociedade, conduzindo o ser humano e a coletividade na construção de novos valores sociais, na aquisição de conhecimentos, atitudes, competências e habilidades para a conquista e a manutenção do direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. (MMA, 1999)
A Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, é considerada o marco inicial das discussões sobre educação ambiental a nível mundial. Nessa conferência foi concebido o Plano de Ação Mundial, e, em particular, recomendou-se que deveria ser estabelecido um programa internacional de educação ambiental.
*A recomendação nº. 96 da conferência reconhecia o desenvolvimento da educação ambiental como elemento crítico para o combate à crise ambiental do mundo.
Em Tbilisi (URSS), foi realizada em 1977, a Primeira Conferência em Educação Ambiental, organizada pela UNESCO, em colaboração com o PNUMA, e que ficou conhecida como o ponto culminante da primeira fase do Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), iniciado em 1975, pela UNESCO/PNUMA (Belgrado, 1975), com atividade celebradas na África, Estados Unidos, Ásia, Europa e América Latina, contribuindo para precisar a natureza da educação ambiental, definindo seus objetivos e características, assim como as estratégias pertinentes nos planos nacional e internacional.
Em 1987, 300 especialistas de 100 países e observadores da IUCN, reuniram-se em Moscou, CEI, para o Congresso Internacional em Educação e Formação Ambiental, promovido pela UNESCO/UNEP/ IEEP, objetivando-se a discussão das dificuldades encontradas e as ações empreendidas pelas nações no campo da educação ambiental, e a identificação das necessidades e prioridades em relação ao seu desenvolvimento. Chegando-se à concordância de que a educação deveria, simultaneamente, preocupar-se com a promoção da conscientização, transmissão de informações, desenvolvimentos de hábitos e habilidades, promoção de valores, estabelecimentos de critérios e padrões e orientações para a resolução de problemas e tomada de decisões. Diante desta avaliação e perspectiva, foram estabelecidas estratégias para ações no campo da educação ambiental e formação ambiental em nível mundial.
Outro pronto pertinente na história da Educação Ambiental, foi à declaração Mundial Sobre Educação Para Todos: Satisfação das Necessidades Básicas de Aprendizagem, aprovada na Conferência Mundial sobre Educação Para Todos, realizada em Jontiem, Tailândia, de 5 a 9 de março de 1990. A Conferência das Nações Unidas Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, celebrada no Rio de Janeiro em junho de 1992, outro marco da história ambientalista mundial, lançou os desafios fundamentais para as políticas dos governos e nações para o próximo milênio. Emana ainda, da Conferência do Rio, como ficou conhecida, a Carta Brasileira para a Educação Ambiental para Sociedade Sustentáveis e Responsabilidade Global, de caráter não oficial, celebrado por diversas Organizações da Sociedade Civil, que reconhece a educação ambiental como um processo dinâmico em permanente construção. Segundo este documento a educação ambiental deve portanto propiciar reflexão, o debate e a sua própria modificação. Reconhece ainda que a educação ambiental para uma sustentabilidade eqüitativa é um processo de aprendizagem permanente baseado no respeito a todas as formas de vida.
É a partir da ação de diversos organismos, governamentais e não-governamentais, que a discussão sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento passa a ser considerada de forma conjunta. Neste sentido, parece ser consenso que a importância da educação para a implementação de novas estratégias de desenvolvimento e de projetos ambientais é fundamental. Surge daí a concepção de uma educação dita "ambiental". No dizer de Viezzer(1994):
"Educação ambiental, como a percebemos hoje, vem da emergência de uma percepção renovada de mundo, conhecida como holística: uma forma íntegra de ler a realidade e atuar sobre ela"
No entanto, mesmo considerando ser a educação ambiental de extrema importância para o equilíbrio desejado na sociedade contemporânea, resta-nos uma questão crucial para a implementação da "utopia possível" desta equidade social: o apoio e a compreensão pela grande maioria da população mundial. Ou seja, medidas governamentais ou de ONG's terão pouco impacto se não forem acompanhadas do apoio popular. Tal compreensão e apoio demandam conhecimento, ou ainda, são dependentes de processos educacionais em que façam parte a informação, discussão, e o debate das questões que afetam o ecossistema do planeta.
Se considerarmos a complexidade dos problemas e a abrangência destes, fica-nos a pergunta: Educação Ambiental deve ser uma disciplina isolada, ou deve ser um projeto de educação compreendendo diversas áreas do conhecimento? Disto decorre, ainda, outra questão subliminar, qual seja: qual a representação de ambiente que faz os professores envolvidos nestas práticas pedagógicas e de pesquisa?

(Bibliografia: Dias.G.F. Educação Ambiental - Princípio e Práticas, Sobre E.A.)

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